Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba (Shuterstcok) Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba (Shuterstcok)

Guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode ser um espelho do próximo conflito entre Israel e o Hezbollah, que assim como Moscou, usará drones kamikazes iranianos.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Jerusalém, 19/10/2022

 

Há dias bombardeada por drones iranianos “kamikazes” de modelo Shahed-136, a Ucrânia disse nesta terça-feira (18) que remeterá a Jerusalém um requerimento oficial requisitando o envio imediato a Kiev do sistema de defesa antiaéreo israelense. Isto, de acordo com o Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

Até hoje Jerusalém negou-se a enviar armas a Ucrânia em uma tentativa de distanciar-se do conflito. Apesar disso, o governo israelense vem, na medida do possivel, exercendo um importante papel no cenário internacional, apoiando Kiev publicamente e enviando ajuda humanitária a sociedade civil ucraniana.

Israel há anos se prepara para enfrentar as armas mais avançadas projetadas pelo Irã como mísseis balísticos e os drones “kamikazes” Shahed-136. Estes, assim como chegaram à Rússia, chegaram também as mãos do grupo terrorista Hezbollah por meio de diversas rotas de contrabando e tráfico de armas, como por exemplo, através da Síria.

Em recente entrevista para a rede de notícias I24 News o Embaixador da Ucrânia em Israel, Yevgen Korniychuk, fez um apelo a Jerusalém requisitando “armas e equipamentos de defesa”. Segundo ele, o Irã estaria usando a Ucrânia como campo de testes para os drones Shahed-136, que serão aprimorados no futuro para serem usados contra Israel.

“Nós acreditamos que Israel pode fazer mais, por isso nós fazemos um apelo ao primeiro-ministro e governo israelenses para que considerem a possibilidade de prover armas e equipamentos de defesa à Ucrânia”, disse o diplomata.

O Primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, tem uma conversa com chanceler ucraniano programada para esta quinta-feira (20), mas isto não deve mudar a posição de Jerusalém sobre o envio de armas à Ucrânia. Tendo a Rússia em seu quintal, na Síria, e com Moscou exercendo a função de um dos principais poderes moderadores do Oriente Médio o governo israelense não pode dar-se ao luxo de destruir suas relações com o Kremlin. Este cenário torna-se ainda mais complexo quando vemos a necessidade e o dever de Jerusalém de preservar ambas as comunidades judaicas. russa e ucraniana.

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