Benny Gantz não conseguiu formar um governo. E agora?

Um guia para a situação sem precedentes da política israelense.

Ana Jerozolimski/Hebrew Weekly Jai

Quase no final do período de 28 dias, que recebeu do Presidente do Estado de Israel e tinha a sua disposição para tentar formar um governo, Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco, desistiu de formar uma coalizão.

Na última semana, ele notificou o presidente Reuven Rivlin que não conseguiu unir a maioria do Knesset e formar uma coalizão. Assim, ele devolveu o mandato a presidência de Israel.

A princípio, Gantz poderia pedir uma prorrogação do prazo de 28 dias que recebeu, mas ao concluir que as negociações com os demais partidos não o levariam a lugar algum, optou por não fazê-lo.

Gantz e seu opositor, Benjamin Netanyahu, Primeiro-ministro interino de Israel, trocaram acusações e culparam um ao outro pelo fracasso das negociações entre seus respectivos partidos.

Agora, há meses com um governo interino apenas, desde a dissolução do parlamento no início deste ano, Israel encontra-se em uma situação política sem precedentes.

Na quinta-feira, o presidente israelense notificará o presidente do parlamento de Israel que até agora, nenhum candidato ao cargo de Primeiro-ministro consegui formar um governo e uma coalizão. Vale lembrar que Benjamin Netanyahu também teve esta chance e desistiu ao fim do período de 28 dias, assim como Gantz.

De acordo com a legislação israelense, inicia-se agora, um período de 21 dia nos quais a maioria dos parlamentares eleitos, ao menos 61, pode requerer que a missão de formar uma coalizão, seja entregue a um dos 120 membros do Knesset. Mesmo já tendo falhado, Netanyahu e Gantz também podem ser apontados.

Este período de 21 dias, usado pela primeira vez na história política de Israel, expira à meia-noite de quarta-feira, 11 de dezembro.

Se a Presidência do Estado de Israel receber um requerimento como o pedido acima, o candidato eleito pelo próprio parlamento para formar uma coalizão, terá um prazo de 14 dias para fazê-lo.

Se o parlamento, durante o período de 21 dias que começou nesta quinta-feira, não confiar a nenhum de seus membros a missão de formar uma coalizão, ele será dissolvido e novas eleições convocadas. Pela terceira vez em menos de um ano.