Após conseguir conter o avanço exponencial da Covid-19, governo de Benjamin Netanyahu afrouxa medidas de isolamento. Estas, já duram mais de um mês e levaram a economia à lona.
Por David Aghiarian, Unidos com Israel
Em meados de fevereiro deste ano, quando o mundo ainda tentava decifrar a gravidade do coronavírus, o governo israelense adotou as primeiras medidas de isolamento. Com o objetivo de frear o avanço da doença Covid-19, que havia sido batizada dias antes apenas, todos aqueles que chegavam a Israel, vindos da China, deveriam permanecer 14 dias isolados, em quarentena domiciliar.
Em 27 de fevereiro, o primeiro caso de coronavírus foi confirmado pelas autoridades. Um homem, que havia regressado de uma viagem à Itália, fora diagnosticado com a doença Covid-19.
A primeira morte por coronavírus em Israel aconteceu no dia 20 de março. Um idoso de 88 anos, que havia sobrevivido aos horrores do holocausto, não resistiu a doença chinesa. Com o avanço da Covid-19, identidades foram perdidas e nomes, transformaram-se em números.
Com o aumento do número de doentes e vítimas, as medidas adotadas pelo governo de Benjamin Netanyahu tornavam-se, a cada dia, mais severas. Era o próprio Netanyahu que fazia o comunicado à nação, sempre por volta das 21h, quando os principais noticiários do dia já estavam no ar. “Lavem as mãos e fiquem em casa”, dizia o Primeiro-ministro israelense religiosamente ao começar cada um de seus discursos.
E assim foi, aulas foram canceladas, o comércio e até instituições religiosas obrigados a fechar suas portas e os cidadãos israelenses só podiam deixar suas casas para comprar comida, medicamentos e para um curto “passeio”, em um raio de até 100 metros de suas casas. “Para respirar rapidamente”, diziam as autoridades. Aqueles que desrespeitavam os decretos eram multados em até 5000 shekels.
O Exército de Defesa de Israel entrou na guerra contra o coronavírus e transformou hotéis de luxo, vazios graças ao fim do turismo, em centros de isolamentos para doentes que apresentassem sintomas leves de Covid-19.
Soldados foram às ruas distribuir mantimentos para idosos e pessoas necessitadas. Além disso, ajudavam a polícia israelense a patrulhar as ruas e unidades especiais estudavam como poderiam transformar suas indústrias bélicas em fábricas de respiradores. Nesta segunda-feira, os primeiros 100 respiradores produzidos pelos soldados IDF, foram entregues ao sistema de saúde.
Com a proximidade da festa de Pessach e o medo de aglomerações, o país foi fechado. Pela primeira vez, os israelenses não comemoraram o Seder de Pessach com suas famílias, ficaram em casa.
Com o tempo, estas severas medidas de isolamento surtiram efeito. Hoje, com 13.654 casos confirmados de coronavíru, 175 vítimas da Covid-19 e quase 4.000 pacientes curados, Israel acredita, conseguiu achatar a curva. Pelo menos por enquanto
No sábado à noite, Benjamin Netanyahu se dirigiu à nação e disse que muito lentamente e de forma responsável, afrouxaria as regras de isolamento. Em uma reunião com que contou com a participação de ministros e secretários e que durou a noite toda, só terminando às 7h da manhã de domingo, o governo israelense aprovou o que não está sendo chamado de volta à normalidade, mas sim, de uma “vida sob a sombra do coronavírus”.
Ainda não há previsão de volta às aulas ou de reabertura de bares, restaurantes ou shoppings centers, mas a partir desta segunda-feira, pequenos comércios de rua puderam abrir as portas. Nelas, antes de entrarmos, com máscaras para não sermos multados em 200 shekels, temos nossas temperaturas avaliadas e devemos responder se apresentamos ou não qualquer sintoma suspeito.
E os israelenses, que antes podiam “respirar” a uma distância de até 100 metros de suas casas, hoje podem caminhar 500 metros.
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