Em Israel, empate técnico entre Benjamin Netanyahu e seu adversário Benny Gantz, dificulta a formação de um governo.
Unidos com Israel
Há cinco meses, o atual Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conquistou nas urnas uma importante vitória. Seu partido, o Likud, se fortaleceu e conquistou impressionantes 35 das 120 cadeiras do Knesset. Com isso, o bloco da direita chegou a 65 cadeiras e Netanyahu foi escolhido para formar uma coalizão e um governo.
A vitória não foi suficiente. Netanyahu não conseguiu unir os partidos de direitas e o parlamento votou pela sua dissolução. Novas eleições foram então convocadas e um governo interino foi instaurado.
Ontem, terça-feira, 17 de setembro de 2019, os israelenses voltaram as urnas para eleger os membros da vigésima segunda formação do Knesset, o parlamento de Israel. Mesmo assim, talvez duas eleições em apenas 6 meses não tenham sido suficientes. A cisão da sociedade israelense foi exposta e já há quem diga que os dias de Benjamin Netanyahu estão contados.
Com 99% dos votos válidos apurados, o partido com mais cadeiras no parlamento israelense é o Kachol Lavan ou em português, Azul e Branco, adversário de Netanyahu.
Liderado por Benny Gantz, General e ex-chefe do Estado-maior das Forças de Defesa de Israel, o partido Azul e Branco, de centro-esquerda, conquistou 33 das 120 cadeiras do Knesset. Em segundo lugar, com 31 cadeiras, ficou o Likud, partido de Netanyahu.
A vantagem de Benny Gantz sobre Netanyahu não garante que ele seja escolhido por Reuven Rivlin, Presidente de Israel, para formar uma coalizão, um governo e assim assumir o cargo de Primeiro-ministro. Para que isso ocorra, a maioria dos membros eleitos do parlamento, devem indicar o líder do partido Kachol Lavan. Nesse quesito, Netanyahu leva uma pequena vantagem sobre seu adversário Benny Gantz.
Até o final desta quarta-feira (18), depois de apurados a grande maioria dos votos válidos e mesmo com a vitória partidária de Gantz, a direita de Netanyahu conta com mais parlamentares.
O bloco dos partidos de direita e partidos religiosos, favoráveis e fiéis a Netanyahu, conta com 55 parlamentares. Enquanto isso, o bloco da esquerda, composto pelo partido de Benny Gantz, pelo Partido dos Trabalhadores e mais, conta apenas com 43 parlamentares.
Sem que nenhum dos líderes tenha conseguido eleger 61 parlamentares favoráveis à sua indicação para o cargo de Primeiro-ministro, ou a maioria do parlamento, todos os olhos estão voltados agora para Avigdor Lieberman.
Antigo aliado de Netanyahu, Lieberman é líder do partido laico de extrema direita Israel Beiteinu (Israel é nossa casa). Ontem, Avigdor Lieberman conseguiu dobrar a sua força política ao eleger 8 parlamentares. Mas até o momento, aquele que está sendo considerado o homem forte da política israelense e o grande vencedor destas eleições, se mantém neutro e já disse que não indicará nem Gantz nem Netanyahu para o cargo de Primeiro-ministro.
Para Lieberman, os líderes dos dois maiores partidos devem se unir e juntos, formar um governo estável, laico e que possa trabalhar em prol do Estado de Israel neste momento que segundo ele é crítico.
No reino da incerteza, nos basta apenas esperar o término oficial da apuração dos votos. Isto só deve acontecer na semana que vem, depois da contagem dos votos de diplomatas, soldados, presidiários e de médicos e enfermeiras que votaram em urnas espalhadas por hospitais de todo o país.
Só depois de contabilizados estes votos e após a divulgação oficial do resultado das eleições, Reuven Rivlin escolherá o candidato a Primeiro-ministro.
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