UNIDOS COM ISRAEL

Os desafios do novo governo de Israel 

Benny Gantz (de costas) e Netanyahu, ontem após a posse do novo governo de Israel (Foto: Kobi Gideon/GPO)

“Hoje é domingo, 23 de Yiar de 5770, 17 de abril de 2020”. Com esta frase, Tzachi Braverman, Secretário de governo de Israel, abriu a primeira reunião da era Netanyahu e Gantz.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 18/05/2020

Após um ano e meio de crise política e três eleições, foi empossado ontem à tarde em Jerusalém, o novo governo de Israel. Após marcar a data, o Secretário de Governo de Netanyahu e Gantz fez uma breve oração: “Bendito sejas, Eterno nosso Deus, Rei do Universo, que nos concedeu a vida, nos sustentou e nos permitiu chegar a essa ocasião.”

A famosa benção de “Shehechiyanu”, dita pelo povo judeu sempre que algo relevante é usado pela primeira vez, aberto ou inaugurado, foi repedida por aquele que pela quinta vez assumiu o cargo de Primeiro-ministro do Estado de Israel, Benjamin Netanyahu.

Depois de agradecer aos seus aliados, em especial à Benny Gantz, por se unirem a ele neste que está sendo chamado de o “governo de emergência e união nacional”, Netanyahu enumerou os desafios a serem enfrentados pelo Estado de Israel.

Benny Gantz (à esquerda), Netanyahu e Tzachi Braverman, no salão Marc Chagall ontem no Knesset. (Foto: Kobi Gideon/GPO)

Crise interna

“A primeira meta é o coronavírus”, disse o Premier israelense. Segundo ele, apesar de Israel haver controlado o primeiro surto de coronavírus, ainda não há como saber se os números voltarão a subir. “Ninguém sabe se vai acontecer o mesmo que aconteceu durante a pandemia da gripe espanhola, ninguém no mundo sabe. O vírus está aqui e enquanto ele existir e não houver uma vacina, os números podem voltar a subir da noite para o dia”, disse Netanyahu.

Ainda de acordo com o Primeiro-ministro, o vírus é mortal e por isso Israel terá de se acostumar com uma nova rotina sob a sombra do coronavírus. “Isso pode levar muito tempo, eu nem quero dizer quanto. Eu espero que encontrem uma vacina rápido, inclusive aqui em Israel, mas a projeção real diz que isto não acontecerá tão rápido. Eu posso estar errado, Deus queira que eu esteja errado’, disse ele.

Netanyahu pediu que os israelenses respeitem as normas relacionadas ao coronavírus, usem máscaras, lavem as mãos e usem álcool gel com frequência, mas segundo ele “não podemos nos ater só a isso, e devemos nos preparar para um novo surto de covid-19.” Para isso, será criado imediatamente o gabinete do coronavírus.

A segunda meta do novo governo de Israel será recuperar a economia. Para isso, ele espera aprovar o quanto antes, o orçamento do governo.

Não é segredo, que as severas medidas de isolamento adotadas pelo governo interino de Benjamin Netanyahu para frear o avanço do coronavírus colocaram em xeque a economia israelense. Em um momento em que o desemprego atinge 25% da força laboral israelense e a cada dia mais e mais micro e pequenas empresas fecham as portas, Netanyahu disse que é imprescindível agir rápido.

“Precisamos aquecer a economia para gerar empregos e aumentar a confiança”, disse o Premier israelense.

 

Crise externa

O Irã, sempre ele, é o terceiro obstáculo à frente de Israel. Netanyahu disse que conversou na semana passada com Mike Pompeo, durante a visita do Secretário de Estado dos Estados Unidos a Jerusalém, sobre o programa nuclear do regime dos Aiatolás e sobre as tentativas da Guarda Revolucionária do Irã de se estabelecer próximos as fronteiras do Estado de Israel, em especial na Síria e no Líbano.

O quarto e último obstáculo a ser enfrentado por Israel, e citado ontem pelo Premier Netanyahu, é o Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas em Haia na Holanda, o ataque jurídico da Autoridade Palestina e a ânsia da promotora Fatou Bensouda de condenar Israel por crimes de guerra contra palestinos, na Cisjordânia e na parte oriental de Jerusalém.

Para isso, e em nome da jurisdição que lhe falta, Fatou Bensouda criou sozinha, o Estado da Palestina e pediu que os juízes da corte, delimitem o seu território.

Há muito trabalho à frente do Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e do vice-Premier e Ministro da Defesa Benny Gantz. Só nos resta desejar-lhes boa sorte e clamar, “Letiferet Medinat Israe”l, ou em português, pela glória do Estado de Israel.

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