Segev Harel (Dovrut Misrad HaBitachon) Segev Harel (Dovrut Misrad HaBitachon)

Voluntários receberam hoje as primeiras doses da vacina israelense contra o coronavírus.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 01/11/2020

 

Israel deu início da manhã deste domingo (1), a primeira das três fases de testes em seres humanos de sua vacina contra o coronavírus. Isto, após receber o aval do Ministério da Saúde e do Comitê Helsinki, um órgão composto por 20 membros e sede no Hospital Hillel Yafe na cidade de Hedera, responsável pela aprovação de pesquisas e experimentos em seres humanos.

Com o nome de BriLife e já apelidada carinhosamente de Soshi, rosa em hebraico, a vacina está sendo desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Biológicas de Israel, um órgão com sede na cidade de Ness Ziona e ligado diretamente ao Ministério da Defesa do país.

Aos 26 anos, o jovem Segev Harel, morador do Kibutz Sde Nehemia, foi o primeiro israelense a receber uma das 25.000 doses já prontas da vacina israelense. Ele e outro voluntário, ficarão internados, em observação, durantes as próximas 24 horas no hospital Shebba Medical Center, um dos melhores do mundo de acordo com a revista Newsweek. Se tudo correr bem, mais 80 voluntários serão vacinados e participarão da primeira fase de testes da vacina BriLife.

Em entrevista à rede de notícias Ynet, Segev Harel disse não ter medo de ser o primeiro a receber uma dose da vacina BriLife. “Eu não tenho medo. Sou um rapaz jovem, forte e saudável. Tenho um sistema imunológico excelente”, disse ele acrescentando ainda, que este “é um mérito muito grande”.

“Eu vejo isso principalmente como um privilégio. Existe uma pandemia que prejudicou a vida de muitas pessoas, sejam estes prejuízos à saúde, mentais ou financeiros. Muitas pessoas tiveram suas vidas destruídas por esta pandemia e se através deste pequeno ato eu puder trazer-lhes esperança, terei feito a minha parte”, disse Segev, que é um dos quase 1.000.000 de israelenses que perderam seus empregos em função das medidas de lockdown adotadas pelo governo para conter a pandemia do vírus chinês.

Para a primeira fase de testes foram convocados 80 voluntários sadios e com idades que variam de 18 a 55 anos. Cada um deles receberá uma dose da vacina e depois de um período de observação, receberá alta e será monitorado por um período de três semanas. Durante este período, os pesquisadores avaliarão se haverá efeitos colaterais e se os voluntários criaram anticorpos capazes de anular o vírus chinês.

Em dezembro, se constatado o sucesso do medicamento durante a primeira fase de testes, a vacina será aplicada em outros 960 voluntários em diversos centros clínicos de Israel. Todos sadios e com mais de 18 anos de idade.

A terceira e última fase de testes em seres humanos, programada para começar entre os meses de abril e maio do ano que vem, contará com a participação de até 30.000 voluntários. Além de ser testada em Israel, durante esta fase a vacina será submetida à estudos clínicos também no exterior.

 

15 milhões de doses

 

Se confirmada a sua eficácia, os pesquisadores israelenses pretendem, em um primeiro momento, produzir 15 milhões de doses da vacina BriLife. “Para os nossos cidadãos e nossos vizinhos mais próximos” disse o Dr. Shmuel Shapira, Diretor do Instituto de Pesquisas Biológicas de Israel. A declaração do médico e pesquisador foi feita durante uma entrevista na semana passada, na qual ele confirmou que o go       verno israelense pretende destinar a vacina também para os palestinos.

“Estamos diante de um longo processo e levará tempo para analisarmos os dados e resultados, precisaremos de paciência”, disse o Ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, durante uma visita ao Shebba Medical Center na manhã deste domingo.

O Ministro da Saúde, Yuli Edelstein, também se referiu, na manhã deste domingo, a esperança de uma vacina contra o coronavírus. Segundo ele, Israel está acompanhando de perto o progresso dos estudos de desenvolvimento de uma vacina contra o vírus chinês. Em caso de sucesso, ele garantiu que Israel estará entre os primeiros países a receber a vacina. Isto talvez, através de um acordo firmado com a Alemanha para garantir o acesso de Israel a vacina de Oxford.

“Se obtivermos sucesso com estes testes, o Estado de Israel não apenas será o primeiro da fila, como também capaz de ajudar todo o mundo”, disse Edelstein.

O Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também visitou o Shebba Medical Center na manhã deste domingo e disse que já conversou com diversos líderes mundiais sobre o desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus. Entre eles, o vice-presidente americano Mike Pence, a chanceler alemâ, Angela Merkel e o presidente indiano, Narendra Modi.

“Eu estou vendo uma luz ao fim do túnel. Esta será a verdadeira saída para esta crise”, disse Netanyahu.