Antony Blinken ao ser indicado por Biden para o cargo de Secretário de Estado americano. Foto: Caption/Youtube Antony Blinken ao ser indicado por Biden para o cargo de Secretário de Estado americano. Foto: Caption/Youtube

Antony Blinken falou ao Conselho de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos sobre a ameaça iraniana.


Por David Aghiarian, Unidos com Israel

Tel Aviv, 21/01/2021

 

Indicado para o cargo de Secretário de Estado, Antony Blinken falou durante sua sabatina no Conselho de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos sobre a ameaça iraniana. As declarações, foram feitas após questionamento do senador democrata Robert Menendez.

“O presidente eleito Joe Biden está comprometido com a proposta de não permitir que o Irã obtenha armas nucleares. O Irã com armas nucleares, ou a valiosa capacidade de construí-las em um curto intervalo, seria um Irã ainda mais perigoso do que ele já é”, disse Blinken.

Aquele que irá comandar os esforços diplomáticos dos Estados Unidos, Antony Blinken falou a todos que quiserem ouvir que o Irã apoia e financia o terrorismo internacional.

“O Irã com armas nucleares, ou a valiosa capacidade de construí-las em um curto intervalo, é um Irã potencialmente capaz de agir com mais impunidade ainda. Eu acho que nós temos uma inadiável obrigação de fazer o que estiver a nosso alcance para impedir que o Irã obtenha armas nucleares”, afirmou.

Mas apesar de defender a teoria de que o Irã é um ameaça à estabilidade e segurança mundial, Antony Blinken disse que os Estados Unidos na administração Biden-Harris adotarão o caminho da diplomacia e diálogo. Além disso, ele defendeu o Plano de Ação Conjunta Global, JCPOA na sigla em inglês, adotado na era Obama, quando ocupou o cargo de Assessor Adjunto de Segurança Nacional e posteriormente, Secretário de Estado Adjunto de John Kerry.

“A meu ver o JCPOA, apesar de suas limitações, estava de maneira exitosa impedindo o Irã de produzir materiais físseis para armas nucleares”, disse ele.

Ignorando a teoria de que o acordo nuclear assinado na era Obama injetou trilhões de dólares na economia iraniana facilitando assim o financiamento do Projeto Amad, Blinken culpou a administração de Donald Trump pelo avanço do programa nuclear bélico do regime dos aiatolás.

Em maio de 2018, o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que eximiria suas obrigações referentes ao acordo nuclear e voltaria a impor sanções econômicas ao Irã. Isto, com o intuito de impedir que Teerã tivesse acesso a recursos que usados para custear o projeto Amad e financiar o desenvolvimento secreto de seu programa nuclear bélico.

“Nós saímos do acordo e o Irã está agora caminhando para se desvencilhar das restrições impostas por ele”, afirmou Blinken antes de mencionar que segundo as informações à disposição do público, o regime dos aiatolás estaria alguns meses, 3 ou 4 apenas, distante de obter armas nucleares.

Antony Blinken concluiu sua resposta ao senador Robert Menendez dizendo que os Estados Unidos irão negociar com Teerã e que estariam abertos a rever as sanções impostas por Donald Trump se isto levar o mundo a um acordo nuclear “mais duradouro e mais forte”. Este, segundo ele, terá de abordar não apenas o projeto nuclear iraniano propriamente dito, mas também seu programa de mísseis balísticos e ações que desestabilizam o Oriente Médio e o mundo.

O futuro Secretário de Estado não deixou claro quais seriam estas “ações desestabilizadoras” ou práticas as quais Washington exigirá que Teerã abandone. Mas entre elas podemos citar o apoio e financiamento ao terrorismo internacional, o sequestro de navios cargueiros que navegam pelo Golfo Pérsico e o discurso de ódio antissemita que prega sempre que possível, a destruição de Israel.

Por fim, Blinken disse que Biden irá consultar o conselho de Relações Exteriores e seus aliados no Oriente Médio, Israel e os países do Golfo, antes de tomar qualquer decisão referente a um novo acordo nuclear com o Irã.